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Quinta-feira, 17 de Maio de 2007
Anúncios de emprego...

Eu tenho trabalho neste momento, mas não sei durante quanto tempo. No meu ramo, vend directa de serviços TV Cabo, impera uma deslealdade tremenda para com as pessoas. Vai daí, pois esse é um tema para outros pensamentos, recomecei a procurar emprego. E logo pelos anúncios dos jornais.

Não sei se já rpararam, mas gosto muito de ler o JN, pois acho um jornal interessante. Na página dos anúncios do jornal de ontém e, salvo erro, hoje, vinha o anúncio de emprego mais enganador e mentiroso que pode existir. E sei que é verdade, porque eu próprio, em tempos, respondi ao mesmo e pude comprovar tamanha aldrabice e outras coisas mais...

 

O anúncio é do Key Club, pertencente ao Grupo Palme. Para ir directo ao assunto, é uma agência de viagens. Este anúncio pede pessoas para os seus serviços, prometendo ordenado base, comissões, carteira de clientes, horário flexivel, CARRO DE SERVIÇO, entre outras coisas... Carro de serviço está desde logo fora de questão, por isso está a letras maiúsculas. É que para fazer telemarketing, que é a função proposta, não é necessário carro de serviço.. Quando respondi a esse anúncio, em Agosto do ano passado, mais de metade das pessoas que estavam comigo, acabaram por ir embora no dia seguinte, pois não havia carro de serviço....

 

O interessante é o resto... Ordenado base, há. Um valor a rondar os 250€. É justo. Comissões poderá haver. Carteira de clientes... hiariante... horário flexivel, mas pouco....

Passo a explicar... A função que pretendem preencher, é a de Telemarketing. Ou seja, os admitidos irão contactar clientes para oferecer os serviços do grupo. Mas isto é um engano, e pessoas como eu, não aguentam lá muito tempo.

Na entrevista, acabam por reforçar o que o anúncio oferece, menos o carro, pois obviamente nunca pensaram sequer em tê-lo. Dizem que o ordenado começa por ser de 250€, mas que me três meses, passamos a ganhar quase o dobro. A emprsa fornece todos os meios para a realização do trabalho, desde carteira de clientes, até horário flexivel, que se pode adaptar as necessidades de cada um. Pedem disponibilidade quase imediata, de preferencia para o dia seguinte, para se incluir na formação que vai arrancar. O entrevistado, entusiasmado por passar 4h sentado numa cadeira a falar ao telefone, e ganhar 250€ mais alguma coisa, até já esqueceu o carro de serviço, e disponibiliza-se para começar no dia seguinte. Feliz da vida, entrevistador e entrevistado, trocam cumprimentos com sorrisos de orelha a orelha, um porque já tm mais um otário para enganar, o outro orque finalmente arranjou um trabalho.

 

No dia seguinte, a hora combinada, lá aparece o entrevistado. O entrevistado, pode ser o grupo de pessoas que passou a entrevista. Nunca recrutam uma só pessoa, são sempre no mínimo 5. E aqui é que começa o inédito.

 

O bom ambiente de trabalho, que eles também referem no anúncio, não existe com todos, só com alguns. As condições de trabalho são das mais precárias que há... Enfiam 10 pessoas numa sala onde só cabem no máximo 6. A formação que nos prometeram, resume-se a ouvir-mos durante dez minutos os mais antigos falarem, dão-nos um guião onde está o texto que devemos dizer e ao fim desse tempo, temos que começar a bulir.

O ordenado de facto existe, as comissões é que não serão muito habituais. A carteira de clientes é um molhe de Páginas Amarelas do ano de 99 guardadas num armário, ao qual de vez em quando os supervisores de sala vão buscar retalhos.

O trabalho em sí, consiste em pegar-mos nesse retalho que nos dão e no guião fornecido, e começar a telefonar para pessoas. Assim que atendem o telefone, a função é endromina-las, para acreditarem que preencheram um cupão num sítio qualquer lá perto da área de residência, em que o prémio é uma viagem a três destinos diferentes, à escolha. Nós somos o veículo transmssor da vitória da pessoa no prémio. Obviamente, que as coisas correm sempre mal nesta abordagem, pois as pessoas não são burras. Quem é que não se lembra de preencher um cupão em que o prémio é uma viagem de férias durante uma semana, para o Algarve, ou Sul de Espanha?

 

A conversa, para perceberem é mais ou menos esta:

 

- Boa tarde Sr. Fulano!! Daqui fala Beltrano do Grupo Palme Viagens.

- O que é isso?

- Sr. Fulano, o Grupo Palme, é uma Agência de Viagens, que está a abrir novas cadeias de hotéis em vários pontos do país e Sul de Espanha. O senhor foi contemplado com uma estadía num dos nossos novos hóteis, no destino á sua escolha. O Sr. lembra-se de ter preenchido um cupão há três meses atrás (é muito importante esta parte, quanto mais tempo tiver passado melhor) no hipermecado lá da sua zona?

- Não... Não me lembro de ter preenchido nada..

-Terá sido a sua mulher, Sr. Fulano?

- Não... Ela tinha-me dito, se o tivesse feito... Aliás ela nem vai a esse hipermercado...

-E o seu filho?

- Ainda é muito novo para preencher alguma coisa (risos)

- Então foi numa bomba de gasolina, ou alguém preencheu por sí...

- Não... Ninguém me disse nada....

- (O tom de voz do operador começa a mudar, e ganha ares de arrogância) Ah.. Mas o certo é que o seu nome está aqui... E temos que atribuir o prémio.. Quer ou não recebe-lo...?

 

E aqui passa-se para o segundo nível... Muito na retranca, o possível viajante acaba por aceitar levantar o prémio. Então a chamada é passada ao supervisor de sala, que se intitula "doutor" X.

 

- Muito bem Sr. Fulano!! O Sr. tem disponibilidade para is levantar o Voucher ao local que lhe vou indicar, depois das 18h da tarde.

-Ah.... Sim.. Acho que sim... Não tenho que pagar nada?

-Não Sr. Fulano, isto é absolutamente gratis. O Sr. vai lá dentro, até pode deixar o carro a trablhar, vai falar com a "doutora" Y que lhe vai dar o Voucher, para sí e para a sua mulher (muito importante... A vagem é sempe para duas pessoas, com idades compreendidas entre os 20 e os 65 anos). Mas têm que ir os dois, senão não os pode levantar.

-Tá bem...

- Não desligue Sr. Fulano, que vou passar o telefone ao " doutor" X que lhe vai dar os parabens. Muito obrigado Sr. Fuano....

 

A partir deste momento, as coisas saem das nossas mãos. O "doutor" X, que não é mais do que uma pessoa, que muitas das vezes nem a 4ª classe deve ter, não sabe falar em condições, tem cara de azeiteiro, ou azeiteira porque também lá haviam mulheres, dá os parabens ao cliente e marca a hora do levantamento.

 

Depois é que a porca torce o rabo... A grande maioría dos clientes nunca vai levantar pémio nenhum. Antes da hora combinada, o "doutor" volta a ligar ao cliente para confirmar a ida deste ao local combinado... E entorna-se o caldo.. Assisti a barbaridades ditas por esses "doutores" e "doutoras", que não lembram a ninguém. E tudo isso com o conivência das partes mais altas da agência de viagens, que auditam as chamadas.

 

- O senhor disse que vinha, agora tem que vir (ar de mau, com as veias prestes a rebentar)

-Não posso!! E olhe, agora não quero nada disso!!

-O quê? O senhor é um falso, não tem palavra, é um mentiroso.... Eu vou processa-lo... Agora vou ter que pagar do meu bolso a estadía, porque já tinhamos carimbado os vouchers (mentira).. Mas eu vou mandar-lhe a conta para casa.. O Sr. vai pagar isto (mentira.. apenas para intimidar)

- ............................. (desligou o telefone na cara)

 

Esta situação aconteceu diversas vezes, nos quatro dias em que trabalhei na Agência do Key Club da Av. da Boavista, que é para onde estão a pedir pessoas.

 

Mas há aqueles que aceitam, e que vão levantar o Voucher. Para se ganhar um pequeno valor irrisório, terão que fazer com que um número determinado de pessoas, vá levantar o prémio. No meu tempo, tinha que fazer com que 15 pessoas, no mínimo, fossem lá no espaço de uma semana. Para ganhar a comissão que eles dizem que pagam, as pessoas tinham que comprar um cartão de férias num valor bastante alto. Portanto, as comissões practicamente não existem.

 

Mas o local de trabalho era hilariante. Numa sala onde estavamos 10 operadores, onde só deveríam estar 6, nas traseiras da agência, bem longe onde ninguém nos vê nem ouve, com a música em altos berros, tinhamos que estar literalmente 4h sentados ao telefone. Nem respirar quase se podía. Uma vêz vim a casa de banho, tinha já a minha supervisora atrás de mim, porque tinha que a avisar! Foi a gota de água.

Quando me vim embora, disseram-me que era um vádio e que não quería trabalhar. Não me pagaram os dias que lá estive. Também não me preocupei com isso.

 

Aconselho a quem precisa de trabalho e que veja este anúncio no jornal, a não pensar sequer em aceitar. Não vale a pena. Falo por experiência própria.

 

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